Roxy, a minha velhota

Na ultima semana perdi a minha velha amiga, a minha companheira de tantas voltas e reviravoltas.

Esta minha amiga sempre foi velha para a idade que tinha, resmungona, temperamental e sem paciência.

Tal como ela. sempre fui mais velha do que realmente sou de idade e sempre fui julgada por causa disso.

Lembro-me de em pequena, defender os gatos, pássaros, lagartichas e sim, até insectos das mãos dos meus colegas. Tentando inclusiver, salvar tudo o que pudesse das mãos deles.
Lembro-me de chorar ao vêr os canais sobre vida selvagem e de não compreender o porquê ...
Lembro-me de sonhar que poderia mudar o mundo se ao menos lutasse por isso.

Como dizia o meu pai, eu via o mundo a preto e branco e ele tinha muitos cinzentos ...

No dia que me casei, foi para a vida e nunca me passou pela cabeça, que não pudesse ser. Pois na minha mente, casamento era igual a uma equipa e as equipas se ajudam mutuamente e lutam pelo mesmo objectivo. Esta minha velha companheira, foi o 1º membro da minha familia após casada.

Sempre que me entreguei, foi com o desejo de amar, ser amada e com o sonho de poder ser para sempre.

Hoje, sinto que já vivi o equivalente a vida de muita gente.

Já mordi e voltei a morder a minha lingua milhares de vezes, pelos erros que cometi, e os actos que realizei ... enfim, só me resta arrepender e pedir perdão.

A esta minha amiga que já cá não está, só me resta recordar dos anos que passamos juntas, de me arrepender dos erros que cometi com ela e de rezar, que agora ela tenha o melhor sofá no céu e que não o tenha de partilhar com ninguém.

Com ela, fecha-se mais um capitulo da minha vida ...